Não seja RH, seja um profissional de negócios que entenda de RH

Você pode estar pensando, eles ficaram loucos. Mas calma, explicamos!

Bom, esse é um tema palpitante. Há sempre uma discussão sobre o que a operação (áreas de negócios) esperam do RH, o produto a ser entregue ao cliente interno e, o que o time de RH entende como a entrega a ser feita.

Essa eterna discussão tem provável nascedouro na ausência de diálogo claro e transparente entre as áreas para entender como o RH pode, efetivamente, agregar valor ao negócio e deixar de ser apenas custo.

Em nossas recentes experiências, nos mais variados segmentos, pudemos identificar que no frigir dos ovos, as áreas de negócios buscam no RH um parceiro que entenda de maneira célere as necessidades, apresente soluções criativas, de fácil implantação, seja o guardião das leis e seguidor das regras de compliance. Paralelamente a isso, e com certeza como ponto principal, ajudar os gestores na construção do ambiente de desenvolvimento constante dos colaboradores, sem esquecer de ter as pessoas certas nas posições certas.

Pensando nisso, selecionamos 3 importantes dicas que podem ajudar numa maior aproximação às áreas de negócios, trazendo cada vez mais resultados extraordinários:

1. Mergulhe na operação – é imprescindível que o profissional conheça in loco as operações, aprofundando-se no funcionamento dos processos produtivos, rotina operacional e mecanismos de atrair clientes. Caso seja uma indústria, recomendamos visitas ao chão de fábrica (como se diz), interagindo com a liderança de base, conversando com os colaboradores, visitando vestiários, refeitório e linhas de produção. Caso seja um ambiente administrativo, recomendamos interagir com as áreas comercial/vendas e marketing, com o intuito de entender como os negócios são gerados na empresa, o que traz receita e como se atinge o cliente final. Com essas percepções, deixaremos de “ditar” regras e processos sem conhecer o que realmente acontece na ponta e passamos a criar soluções e processos alinhados à necessidade do negócio.

2. Derrube mitos – não podemos deixar de lembrar que na operação, as lideranças, em regra, não são técnicas em RH e, por conta disso, deixam em muitos casos de criar sinergias conosco e/ou não conhecem todas as implicações do não cumprimento de prazos e rotinas. É nosso papel trazer as áreas para mais próximas do RH, desmistificando essas barreiras. Treinamento, comunicação e aproximação são fundamentais, desde que estejamos mergulhados na operação, ganhando força na derrubada dos mitos.

3. Potencialize seus soft skills (habilidade comportamental) – o que não pode ser feito todo mundo já sabe, as regras estão nas políticas e nas leis, o que se espera do RH, são as soluções criativas e inovadoras, através dos softs skills, que segundo Cezar Taurion (em entrevista concedida a Marcelo Nobrega no HyperXP #missão2):

“(…) trabalhar em colaboração, ter a capacidade de acreditar em si mesmo, ter capacidade de pensar diferente. Nós até dizemos que não é pensar fora da caixa, esquece a caixa, pensar fora da caixa é ainda manter a caixa como referência. Então, esquece, não tem caixa. Tire essa referência e vê o que a gente consegue fazer (…)”

Ao nosso ver, é de suma importância que o profissional de RH se veja como mais um profissional do negócio (“um cara do business”) que seja o expert em RH apto a entender as dores do cliente interno, mas com uma visão integrada de negócio capaz de propor soluções criativas e inovadoras.

Independente da posição que você estiver, é necessário estar conectado com o negócio.
Esperamos que essa leitura seja útil e, adoraríamos conhecer a sua opinião sobre o tema.

co-Autor: Enzo Cruz / Profissional de Recursos Humanos, formado em Administração de Empresas e Pós-Graduado em Recursos Humanos, com mais de 10 anos de experiência na área, atuando em diferentes ramos como Materiais de Construção, Indústria Financeira, Bens de Consumo, Farmacêuticas e Serviços, tendo atuado em diversos sub-sistemas de RH, tanto em posições locais como regionais.

co-Autor: Luiz Andrade / Profissional de Recursos Humanos, formado em Direito e com MBA em Gestão de Pessoas, com mais de 10 anos de experiência em gestão de equipes, com experiência em Bens de Consumo e Serviços, tendo sido responsável por Operações espalhadas pelo Brasil e atuado em diversos sub-sistemas de RH.